Se eu fosse você, daria uma olhada nisso ao investir no longo prazo.
imagens: midjourney
Resumo:
Os dramas na gestão das Comunidades Web3 como um sinal de que precisamos ajustar o curso;
Como pequenos grupos de pessoas evoluíram em grandes plataformas temáticas na Web2;
Como os Clubinhos podem formar a Comunidade Web3 de fato;
Como as Comunidades Consoldiadas poderão ajudar os projetos de Web3.
Nós erramos no uso do termo "Comunidades Web3". Talvez por falta de palavra melhor, acabamos tratando como "Comunidades" o que na verdade são seguidores de influencers, clubes VIPs, perfis de cliente de empresas e até mesmo as pessoas que se cadastraram num servidor de Discord apenas.
Funcionou no bull run porque, na ocasião, isso deu muito dinheiro. E quando tem muito dinheiro rolando, francamente, ninguém tem tempo para análises e terminologias. Mas este período passou e o bear market nos trouxe lições importantes para um futuro onde o hype não é a única coisa que importa.
Sinais de Sofrimento
O que mais me chamou a atenção para a necessidade de mudança em nossa abordagem das comunidades é a dificuldade em mantê-las funcionando.
Conflitos internos difíceis de administrar;
Community managers frequentemente afastados com burnout;
Dificuldade em encontrar modelos sustentáveis para geração de receita;
Disputa por membros entre as próprias comunidades Web3 com direito a barraco no Twitter.
Tudo isso me soa como o próprio ecossistema nos dizendo:
"Hey! Tem certeza que este é o caminho certo?"
As Revoluções na Web
A parte boa da estória é que já passamos por isso antes e as experiências anteriores nos dão as prerrogativas de futuro.
Cada uma à sua maneira, todas as ferramentas digitais que modelam nossa cutlura evoluíram como neste esquema acima.
Nas revoluções anteriores da Web tudo começava em movimentos APARENTEMENTE aleatórios e desconectados entre si. Gente conversando os chats, mandando vídeos para os amigos, enviando mensagem pra família no e-mail entre outros.
Nem todos curtiam. Assim, alguns saíam do circuito enquanto outras pessoas se juntavam formando grandes grupos de usuários ao redor de pequenas soluções como e-mail, IRC, Messenger, Skype, Facebook, YouTube, Twitch, Waze ou mesmo o Instagram.
Com o tempo estas plataformas tornavam-se grandes reunindo muitos usuários de perfis específicos. Criadores passaram assim a abastecer estas "comunidades centralizadas"de conteúdo formando pequenos “clubinhos" de pessoas com interresse similares que nos habituamos a chamar de seguidores, membros do canal, doadores no superchat e por aí vai… Hoje, grandes e pequenos criadores se unem em plataformas gigantes que “hospedam" nossos pensamentos e modelam nosso mundo.
Dos Clubinhos Web3 às Comunidades de Fato.
Se esta é a evolução natural nas revoluções digitais, as Comunidades têm papel central na Web3.
Primeiro precisamos entender: O que temos na Web3 hoje são CLUBINHOS e não comunidades de fato. (Encare isso como uma coisa boa.)
A grosso modo, hoje os holders e fãs de projetos que reúnem em servidores do Discord ou grupos de WhatsApp. Estes clubinhos com temas similares se proliferam na rede disputando o mesmo público.
Se repetirmos no futuro a lógica orgânica do passado, veremos estes clubinhos isolados se dissolverem, aglutinando-se em grupos cada vez maiores e mais descentralizados até formar uma massa poderosa de pessoas com interesses em comum:
Surgirão, assim, as COMUNIDADES Web3 de fato.
Neste novo cenário, por exemplo, amantes da arte e artistas se juntam formando a COMUNIDADE DA ARTE na Web3. Sem a obrigação de comprar um NFT ou seguir as ordens de um gerente de projeto, formam um caldeirão pulsante sobre a Arte, atraindo cada vez mais pessoas que gostam deste tema. Isso acontece de forma orgânica, sem utilidade inútil, sem promessa furada e sem sugar a alma dos Community Managers.
E o melhor de tudo: SEM DONO - ou algo próximo disso.
Clubinhos Turbo
Neste modelo de grandes comunidades digitais, os clubinhos de antes não perdem a razão de existir. Ao contrário, eles são fundamentais ao novo ecossistema:
O que hoje chamamos de PROJETOS WEB3 serão o COMBUSTÍVEL das COMUNIDADES DIGITAIS, como os criadores de conteúdo foram para a Web2 até agora.
A principal diferença entre os clubinhos de hoje e as comunidades de amanhã é que, com estas comunidades DE VERDADE, basta que os projetos se conectem a elas para ter acesso aos seus públicos.
Ao invés de contruir do zero uma base de seguidores, terão acesso direto ao público, desde que colaborem alimentando o ecossisterma.
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Nestas grandes comunidades consolidadas, um projeto DeFi não precisa criar um clubinho no Discord para difundir sua ideia. Precisa apenas se conectar à Comunidade Financeira, onde seu produto encontra organicamente aderência ao público, porque é isso que aquelas pessoas respiram todos os dias.
Ao invés de criar comunidades, os projetos poderão SE CONECTAR à comunidades que já existem. Ao invés de concorrer apenas, poderão somar forças com outros projetos similares mantendo estas grandes comunidades abastecidas e ativas.
Web3 pra todo Mundo!
Neste nascimento da Web3, é natural que se formem as comunidades Degen, das Artes, DeFi, ReFi, Dev e tantas outras pioneiras já afinadas a este universo. Mas isso é só o começo.
Com o tempo, veremos também se formar as comunidades do Futebol, da Ciência, Fitness, da Educação, do Show Business, dos Trilheiros, dos Veganos e assim por diante.
Quando isso acontecer, um produto de Maquiagem encontrará seu público na Comunidade da Moda. Irmã da Comunidade de Beleza, aliás, onde ela poderá fazer collabs com uma marca de Cremes para a Pele e outra de Harmonização Facial.
A competição vai continuar existindo, mas neste ecossistema que privilegia a colaboração teremos um verdadeiro laboratório de novos negócios e formação de culturas menos centralizadas.
No fim das contas, CONEXÃO, CONTRIBUIÇÃO e RECOMPENSA é o modelo que desenhamos para o futuro.
Pode dar bom se a gente deixar pra trás aquilo que já foi legal um dia mas não serve mais.
Pode dar ruim se a gente brigar que nem fez por vacina e cloroquina.
Só não vale ficar aí parado apontando culpados pela vitória ou fracasso.
Este futuro está na suas mãos.
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