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FOHO: O Medo de ter Opinião.

Atualizado: 10 de jan.

Sorria! Você está na Idade Média.

 
FOMO - FOHO: Medo de ter Opinião

imagem: midjourney

Resumo

  • Como o medo de se queimar na fogueira da Inquisição Digital molda a atitude padrão na Web3;

  • O monopólio da especulaçao financeira sobre todos os debates da Web3;

  • A revolução silenciosa que acontece por baixo da esmuma entre altas e baixas do Bitcoin;


 

É oficial: A gente vive hoje a Idade Média da Era Digital. Já reparou?


As grandes nações (antes impérios) se partem de dentro para fora em pequenos guetos digitais, enquanto as Big Techs (antes Igreja) se tornam tão fortes a ponto de invadir os países e conduzir o pensamento público à sua maneira, isentas de toda sorte de lei ou regra. Um tipo de “direito divino” concedido pelo Povo - é claro.


Este Povo, a propósito, samba entre a caldeira e o Calvário quando o assunto é engatar a ré. Com ele, a Terra virou plana, o vírus (antes bacilo) da peste virou chip chinês, política virou futebol, futebol virou religião, religião virou política e profeta virou digital influencer - Que luxo!

Ao mero sinal de intervenção demoníaca (comunista, capitalista, gaysista, machista, proletária ou burguesa), sobe uma hashtag aos tribunais da Santa Inquisição e se reúne na praça digital para queimar mais um herege nas fogueiras do cancelamento.


Em meio ao cheiro esquisito de carne queimada, é natural a gente ter medo de discordar, de desafiar o status quo . Um temor tipicamente medieval, requentado agora com um nome cult:


FOHO - Fear of Having an Opinion O medo de ter ter alguma pinião

Tem gente sem medo algum de falar bobagem por aí, claro! Besteiras cabulosas, aliás, são essenciais pra preencher o dia. O que não pode é desafiar a multidão - coisa de Idade Média também.

O medo sobre o qual falamos aqui é justamente o de quebrar esta regra.


Quando cheguei na Web3, eu - como você - notava algumas peças soltas...


"Se a Arte de um NFT é importante,

como um criador queima 500 NFTs em um só dia

só para subir temporariamente o floor price da coleção?" 😳


Contudo, ao tratar do tema com as pessoas, o que eu ouvia era:


“Tem muita coisa errada,

mas não falo nada pois, se me queimar no mercado, tô fora do game.”


Foi um cartão de visita pitoresco na terra da #Liberdade.

Soava estranho a princípio, mas faz todo sentido. A terceira revolução da Web acontece, principalmente, nas praças digitais, sob os olhos atentos da Inquisição pública. Falou o que não devia, é cancelado ou shadow banned - todo mundo te ignora até o algoritmo decidir que você não existe mais, outra condenação tipicamente medieval, by the way.

O efeito disso na Web3 é similar ao observado em outros nichos da Web: O debate raso, todo mundo na rede falando a mesma coisa, os influencers repetindo a retórica pra farmar engajamento e um anjinho do mal cutucando a nossa cabeça:


“Peraê... Eu que sou burro ou todo mundo tá ficando maluco?"


Talvez as duas alternativas estejam certas. Mas neste álbum cheio de figurinha repetida temos a sensação de que a Web3 trata-se apenas de especulação financeira, mil maneiras de dar um “migué” no Estado ou de como ficar milionário da noite para o dia. Não?

A parte legal é que isso é apenas uma sensação.



Iluminismo 2.0


Se a gente vive hoje uma Idade Média Digital, o Iluminismo nos aguarda logo ali na esquina.

Pensa num momento incrível para se estar vivo! 🤩


No início, imaginei que o movimento que chamamos de Web3 no Twitter fosse o caminho para a gente ver a Luz.

Acho que errei.

Num mercado pujante, logo os lucros exorbitantes cutucaram a ganância, e a especulação financeira sequestrou o debate. Arrancando à força os royalties dos criadores, por exemplo, a Web3 agiu como o cachorro que morde a mão quem o alimenta.

Ficou sem lanche no dia seguinte.

O último Bear Market não foi apenas um inverno nos investimentos em crypto, mas também o desembarque de inúmeros criadores valorosos, por não verem seu trabalho minimamente recompensado.


Alguns poucos tentaram argumentar, mas outros muitos escolheram ignorar.

E na era do Fear Of Having an Opinion, estes poucos não se atrevem a desafiar a opinião dos muitos.

Era só o mercado Web3 dizendo para o artista que, assim como na Web2, ele não vale muita coisa.


Duras lições, mas importantes.

Marcha adiante.

Web3 - Medo de ter Opinião - Cancelamento

Uma Revolução Silenciosa


A sorte do mundo é que os Criadores são gente valente. Por baixo da espuma que circula nas redes, uma outra revolução segue acontecendo em correntes menores e plurais, embora silenciosas:


  • Tem o Dev Web2 que, a despeito da ideologia, se juntou com o empresário da construção civil e para tokenizar o setor imobiliário;

  • A turma porreta vendendo ingresso do show de Shows em NFTs;

  • Artistas elaborando metodologias para criação, produção, distribuição e remuneração de cultura de formas integralmente compartilhadas;

  • Servidores públicos desenvolvendo ferramentas tokenizadas que disponibilizam ao cidadão comum serviços que, até então, só eram acessíveis às grandes empresas;

  • Dezenas de moleques e molecas criando metatarsos, games, skins e integrações on-chain em seus laptops pelas madrugadas da vida;

  • O SUS e o Banco Central tokenizando o cartão de vacina e criando CBDC digital - Que ironia...;

  • 3 mil pedidos de patentes envolvendo blockchain “pipocando” entre pequenos e grandes inventores e empresas;

  • Redes descentralizadas nascendo lentamente como a Lens e a Blue Sky de Jack Dorsey. Além da própria gigante Meta - proprietária do Facebook, Instagram e WhatsApp -  construindo sua nova rede - Threads - em protocolo aberto. O que permite interação de posts com usuários de outras outras redes.

  • Tem estes e muitos, mas mUUUitos outros. ♥️


Estes criadores não figuram no ranking da Blur, Opensea ou Magic Eden - ao menos não ainda. Mas entre eles acontece a revolução digital. Nascem as formas de a gente comprar, vender, se relacionar, aprender e se divertir no futuro.



Seja Revolucionário!


Na moral, muito do que chamamos de Web3 hoje é como aquela foto velha da ex-namorada (coitada). Não sai mais caldo daquela estória, mas a gente se recusa a jogar fora pra não parecer que o sonho acabou. É romântico, mas coração ocupado não abre portas para o novo amor.


Tem gente formando grana com o mercado especulativo? De boas!

E o que mais?


Não há nada de novo em apontar os erros do governo e do sistema financeiro na rede social pra botar banca de inteligente. O que nos desafia aqui, é encontrar soluções que funcionam DE VERDADE!

Que DIVERTEM de verdade.

Que CONECTAM PESSOAS de verdade.

Que VIABILIZAM SONHOS de verdade.


Entre as altas e baixas do Bitcoin, o tribunal das redes está ocupado demais tentando ter razão, para perceber o mar de oportunidades que se abre hoje diante de nós.  E em meio à tensão do engajamento obrigatório, é comum a gente se desconectar do que realmente importa. Mas o Revolucionário, por sua vez, ignora a espuma, encontra algo pelo qual valha a pena lutar e investe sua energia NESTES objetivos.


Sustentar posturas que rompem com o status quo tem SIM seus custos. Resta saber quem realmente se importa contigo, para decidir de quais círculos vale a pena abrir mão.


A 3ª Revolução Digital está acontecendo,

mas ela é bem maior do que os Sommeliers de Web3 andam pregando por aí.


Feliz 2024!


 

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