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NFT Lives matter

Atualizado: 13 de mai.

O que aprendi no rage do "NFTs are Worthless" da revista Rolling Stone.

 
nfts are worthless

imagem:rolling stone

Resumo
  • O onda de ataques aos NFTs nas redes sociais desencadeada pela revista Rolling Stones.

  • As 4 principais pontos de conflito que encontrei na rede e o que podemos aprender com eles.

  • Os 6 principais perfis de internautas que se envolvem com NFTs nas redes sociais.

  • Por que NFT lives matter.

 

Em 21 de setembro de 2023 a Revista Rolling Stone publicou a manchete "Seus NFTs são de fato - e finalmente - absolutamente inúteis” a partir do estudo "NFTs Mortos” publicado pela plataforma dappGambl, de avaliações sobre cripto e jogos de azar on-line.

Sim, há sarcasmo e deboche na manchete. Curioso, já que há cerca de 1 ano, a própria Rolling Stone leiloava suas capas no SuperRare (um marketplace de NFTs) por valores entre 22 mil e 45 mil Apecoins - cerca de 90 mil a 180 mil dólares à época.


O elefante colocou na mesma sala os criadores e entusiastas da Web3 e os Normies que têm horror ao termo NFT. O resultado, como em todo debate legítimo das redes sociais no entardecer da Web2, teve selvageria, dedo no olho, vai pra Cuba e taca a mãe pra ver se quica.

Mas, gentilezas à parte, o episódio que deixou bastante gente magoada trouxe aos olhos uma questão importante:

Por que as pessoas têm uma impressão tão negativa sobre a Web3 e os NFTs?

No dia da confusão, centenas de pessoas comentavam sobre o assunto. Foi a oportunidade ideal para conhecer de perto o pensamento deste público e alguns deles merecem nossa atenção.


 

Quem paga milhões por uma figurinha de JPG é idiota.

E quem lucra com isso é pilantra.


Este foi o questionamento mais sincero que encontrei entre as pessoas. Afinal, por que pagar fortunas por algo que pode ser salvo em qualquer computador com o botão direito do mouse?"


Aos olhos do senso comum, quando compramos uma pintura a óleo recebemos uma tela em mãos, um elemento físico que define aquela peça como a ORIGINAL. Como a pintura digital nasce em uma mídia infinitamente replicável, este conceito de ORIGINALIDADE não existe em sua natureza.


Isso realmente faz sentido ao primeiro olhar. Não?

Mas o que dizer da Música?

É uma forma de arte tão valiosa quanto a pintura, mas pode ser replicada indefinidamente por outros músicos, aparelhos eletrônicos e nunca esteve atrelada à originalidade física de um CD ou Arquivo MP3.

Ainda assim, Kate Perry vendeu recentemente seu próprio repertório por US$ 225 Milhões.


É justo que artistas visuais incríveis, que nasceram e cresceram na era digital, jamais alcancem valor comercial só porque desenham no tablet ao invés do papel?

Me parece que não.

Sob essa nova perspectiva os NFTs, longe de parecer idiota, rompem com nossa concepção de originalidade criando um novo patamar de autenticidade, reconhecimento artístico e remuneração pelo qual artistas digitais e amantes da arte anseiam há décadas.

 

NFTs não têm benefício real.

Não produzem nada, não dá pra investir nisso.

Quando o primeiro pular fora do castelo, todas as cartas vêm abaixo.


Aqui vamos deixar de lado os NFTs funcionais - ingressos, assets de games e outros. Certo?

Falamos de Fine Art e PFPs.

Essa é a dúvida mais comum junto público de investimento financeiro.

Quando eu invisto em milho, um fazendeiro vai plantar com o meu dinheiro, vender sua safra e esta riqueza vai ser dividida entre nós dois.

Quando invisto em NFTs, não produzo riqueza… Nada disso acontece.


Faz sentido ao primeiro olhar.

Mas quando investimos em ouro ou arte física, o ganho tampouco vem do que isso produz, mas sim de sua valorização pela oferta e procura ou pelo progresso do artista no mercado.

Os NFTs importaram essa característica do mercado de arte, mas sua valorização foi tão vertiginosa quanto a sede dos investidores que entraram no game para ganhar muito e bem rápido. Quando essa bolha estourou alguns ficaram ricos mas outros amargaram perdas severas, o que pregou sobre os NFTs a pecha de golpe ou "ouro e tolo”.

Esta é de fato uma fragilidade deste mercado, e característica de todo trade especulativo. Mas vale destacar que, na essência do mercado especulativo, investidores se ariscam a perder tudo pela chance que têm de ganhar muito com isso. Não há vítimas neste lugar.

 

Otários perderam dinheiro nessas pirâmides financeiras

enquanto os pilantras ficaram ricos.


"Todo dia um otário e um pilantra saem de casa. Quando os dois se encontram surgem coisas como o mercado de NFTs."

Este foi o cliché mais repetido nas discussões menos razoáveis entre os que conhecem pouco sobre NFTs e não estão interessados em seguir além disso.

Aqui os NFTs colhem as rebarbas de má fama das criptomoedas criada com o Faraó dos Bitcoins, o Pastor dos Octilhões, os jogadores do Palmeiras que perderam milhões, a Sacha levando golpe e chorando no colo da Xuxa, mansões nas Bahamas e por aí vai…


Precisamos destacar: É ABSOLUTAMENTE INJUSTO atribuir a pecha de golpe a todas as pessoas e projetos honestos que utilizam a tecnologia NFT. Mas é sábio notar que, enquanto essas notícias se repetirem, elas vão continuar maculando a imagem do ecossistema.

Devemos encarar o fato de que o o anonimato e a falta de regulação que tanto encantam entusiastas legítimos da Web3, também faz deste mercado o paraíso para os bandidos. Do sequestro de dados ao tráfico de drogas. Da lavagem de dinheiro às carteiras de nossos amigos sendo drenadas todos os dias e seus NFTs “flagados" vendidos livremente na Opensea.


A forma como o crime se aproveita impunemente do ecossistema crypto é tão bizarra quanto as feiras do carro roubado que havia no Rio antigamente. Uma bizarrice com a qual a galera Web3 não se importa o suficiente ainda: “Fazer o que, né? É o preço da descentralização...”


Antes de culpar a mídia por noticiar o que não nos interessa, precisamos avaliar nossas parcelas de responsabilidade ao fechar os olhos para o que não nos convém.

 

Escassez digital é uma mentira:

Pilantras fazendo parecer escasso o que sempre foi abundante.

É só Capitalismo sendo capitalista.


Grande parte do público conheceu os NFTs pelos sites de fofoca, quando famosos como Neymar, Paris Hilton, Giselle Bündchen e Snoop Dog surgiram com suas “figurinhas de 1 milhão de dólares”.

Foi ótimo ao dar notoriedade ao mercado, mas trouxe com isso o estigma de futilidade inerente ao universo das celebridades. Por algum tempo foi mais cult ostentar um NFT do que uma bolsa da Gucci nos Stories do Instagram.


Hoje ainda, muitas coleções blue chip calcam seu brand na ostentação da riqueza e o velho discurso que divide o mundo entre "os que têm e os que não tem”.

Aliado à enxurrada de NFTs despejados no mercado para “surfar” a onda do dinheiro fácil, isso acabou jogando por terra os conceitos sociedade igualitária e de escassez digital defendidos em filosofia pela Web3 e tudo foi taxado como um mero "capricho de milhonários" - Péssima fama.


Sim, não é justo renegar todo o mercado de NFT Art como algo tão banal e descartável, mas essa “armadilha" da desinformação é uma das mais difíceis de se escapar. Talvez por isso tantos projetos estejam deletand sumariamente o termo NFT de suas campanhas de marketing e optando por termos mais amigáveis como Chaves Eletrônicas e Colecionáveis Digitais.


daily mirror internet as a passing fad
Também segundo um "estudo" o Daily Mirror dizia em 05 de dezembro do ano 2000 que a Internet podia ser apenas uma moda passageira, já que milhões tinham desistido dela.

A Internet já foi uma Febre Passageira


A maioria dos debates que pude acompanhar no Blockchain Rio 2023 citou o ESTIGMA DE GOLPE e a DESINFORMAÇÃO como principais obstáculos ao desenvolvimento dos projetos com tecnologia Crypto no país: “Falou em cripto, as pessoas se assustam e desistem.”

Por isso é tão importante o esclarecimento público. Tarefa que, a propósito, cabe a nós Early Adopters.


A formação de cultura é inerente à inovação. Enquanto Jeff Besos - fundador da Amazon - explicava às pessoas o que era a Internet no início dos anos 2000, jornais (impressos) destacavam que a rede mundial “talvez fosse uma moda passageira, já que milhões estavam abandonando seu uso.”


O papel de Besos hoje é nosso. E embora as redes sociais sejam reconhecidas pelo clima beligerante, ainda são o melhor território para falarmos diretamente com as pessoas, capilarizar informação e formar cultura.

É difícil abrir espaço para uma boa conversa nas trincheiras do conflito, a gente sabe. Mas a experiência no Rage do Worthless foi bastante curiosa também. Acabei encontrando 6 perfis interessantes de usuários e, como a regra central é "foco no bom", segue aqui um resuminho com as coisas que eu gostaria de ter sabido antes de me deparar com eles.

Vai que te ajuda na próxima…😅✌🏼


O Hatter Oportunista

Para estes, não importa o assunto. Qualquer duplo twist carpado argumentativo é válido para entubar suas ideologias com boas doses de ódio e/ou sarcasmo.

Como querem palco para briga apenas, não há oportunidade para entendimento. O jeito é tomar um Engov e ignorar de boas.

Eu sei, é difícil às vezes… Mas vale a pena. Cada segundo dedicado a um hater é uma oportunidade perdida para trocar outra ideia bacana com gente que importa.


O Hatter Legítimo
(O nome é ruim, mas o conceito é bom.)

Esse é o cara que levou um tombo grande com NFTs e por isso tem horror ao assunto. Quase sempre por ter caído no hype, apostado alto e perdido tudo.

Aqui o diálogo costuma ser limitado, mas nossa chance de compreender a dor dos caras. Com eles podemos aprender sobre as fragilidades da Web3 hoje e desenhar experiências mais positivas para o futuro.

No fim da conversa vale plantar uma semente do bem no coração dos caras.

Se ela germinar, vai ser lindo. Se não, não há nada a fazer.


O Indiferente

Esse cara normalmente se enfia no meio da conversa por conta do barulho, lacrando clichês de efeito pra parecer inteligente, mas sem entender nada do assunto ou vontade de conhecer.

Aqui o bom humor vale ouro.

Argumentos técnicos são inúteis, então arranja uma outra frase de efeito bacana sobre o lado bom da Web3, que se ele gostar vai sair espalhando pra todo mundo #ForTheCulture.



O Interessado

É o perfil de público mais rico que encontrei na internet até agora. Traz dúvidas sinceras e é legítimos nas suas aflições. A gente aprende muito com eles e eles conosco.

Vi bastante fanático de Web3 queimando a largada com estes caras dizendo que “se você não entende a Web3 é porque é burro” - Shame on us fot that.

Os Interessados são terreno fértil para o entendimento e merecem nosso mais sincero carinho.


O Entusiasta

Se você está lendo um texto destes até aqui, em pleno bear market, você deve ser um entusiasta. 😂♥️ Gostam de inovação por sua essência e mandam uma letra positiva a todo momento para a audiência. Vale o follow para ampliar nossa rede e fortalecer o movimento além daquela visita marota no site ou no perfil.


O Fanático

Este jura que está ajudando, mas na real atrapalha.

Está ocupado demais tentando convencer as pessoas, a ponto de não ouvir o que elas têm a dizer. Faz questão de dividir o mundo entre o que é ou não é Web3, como se houvesse algum sentido, por exemplo, na Amazon abandonar os e-mails (Web1) ao surgirem as redes sociais (Web2).

Para o fanático, quem não gosta de web3 é burro. Ms não há nada de inteligente nisso. E, acredite, eles são bem mais numerosos do que se imagina.


we can't breath - nft

Temos muito a aprimorar tanto na tecnologia quando no papel social da Web 3.0 e fiz questão de adereçar estes temas aqui. Mas no fim das contas a onda de RAGE direcionada por parte da opinião pública aos NFTs me pareceu muito similar ao que ocorre na xenofobia ou no racismo. Uma boa dose de preconceito, fermentado por pitadas cavalares de desinformação e um orgulho estranho de estar fora ou dentro mesmo sem saber exatamente o que isso significa - puro suco de natureza humana.


A Web3 é uma inovação que mexe profundamente na nossa estrutura social e econômica, da qual não pudemos ainda medir o real impacto em nossas vidas. Sejam eles negativos e positivos.


A gente se sente sufocado às vezes, mas esperar que as pessoas compreendam o valor da Web3 em estágios tão primordiais é uma tarefa inglória. O pioneirismo tem seu preço, por isso é NOSSO papel compreender as demandas do público e aprimorar o futuro.

Se, no meio do caminho, você se chatear por alguém te chamar de “Worthless” (sem valor algum), respire fundo e lembre-se:

Este barulho todo é a prova mais contundente de que

NFT lives matter.



 
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