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Pinnacle: A Estratégia Mass Adoption Disney para os NFTs

Atualizado: 13 de mai.

Mickey quer popularizar a propriedade digital.

 
Disney NFTs

imagens: disney, midjourney

Resumo:
  • Disney usa os Simpsons para meter o dedo nas feridas entre os NFTs e o público de massa.

  • Pinnacle a coleção de Pins Digitais: Anzóis para fisgar corações, .

  • Mudança de cultura, experiência mobile e segurança do usuário entram em foco.

  • Conflitos de valor, a resistência da comunidade artística e o fundamentalismo são desafios.

 

Recentemente, Homer transformou Bart em NFT em um episódio viral de Os Simpsons.

E isso não foi um acidente.

Os NFTs revolucionaram a propriedade digital de forma incrível, mas nem tudo o que fizemos com isso foi tão incrível assim. Com o seu “filme queimado na largada” por casos de especulação excessiva, fraude e a percepção de elitismo associada ao mercado, criamos uma baita má fama em torno dos Tokens Não Fungíveis (nome espanta-bolinho, não?) com barreiras significativas à aceitação generalizada.


A Disney sabe disso e, mesmo assim, decidiu investir no mercado de Propriedade Intelectual na Web3. Sem poder botar a culpa na mídia, ela decidiu arregaçar as mangas e entra em campo à sua maneira: Pelo Coração.


NFTs Disney não são novidade. Mas até agora era a gigante do entretenimento vem tentando se adaptar a um mercado novo, expondo suas propriedades intelectuais em produtos redundantes a um público extremamente crítico, onde o Mickey parece um penetra em festa de macaco. Só que as coisas parecem ter mudado agora: Ao invés de convencer a Web3 de que seus NFTs são legais, Homer, Mickey e Yoda decidiram a trazer o seu público para a Web3.


imagem: fox channel


Rindo dos NFTs

Uma das melhores formas de encarar o lado difícil da vida é rir de nossos problemas. E Os Simpsons (propriedade da Disney) são bons nisso. Não à toa, Bart foi preso recentemente num NFT que seu pai tenta vender por 1,5 milhão de dólares. Neste episódio icônico, a Disney mete o dedo nas principais feridas abertas entre os NFTs e a opinião pública.


“Amantes da arte de Springfield, o museu de arte fechará suas portas permanentemente! Substituindo pinturas e esculturas, a arte agora será digitalizada e vendida como tokens não fungíveis na blockchain.” Trecho do episódio “Treehouse of Horror XXXIV” de Os Simpsons.

A lógica aqui parece ser: "Pare de tentar convencer as pessoas sobre a sua legitimidade e tire um sarro das besteiras ditas por quem não entende nada sobre o que você está fazendo." Só quem tem muita segurança no que está fazendo é capaz de assumir uma postura como esta.


É como a velha história do “viadinho enrustido” e da “bichona escandalosa” na escola. Enquanto o primeiro sofre tentando se explicar para um mundo que não está afim de entender, a segunda mete o pé na porta, responde “presente” que nem um pavão na lista de chamada e infeliz de quem tá triste.

Quem nunca viu um valentão engolir seco diante de uma figura como esta, não teve infância. Não é verdade? Aqui a Disney parece ter feito o mesmo com a má vontade - Podemos chamar assim? - das pessoas a respeito dos NFTs. De maneira mais lúdica, mas não menos ácida.


Pins: Anzóis que fisgam Corações


Nos Jogos Olímpicos, nos Parques da Disney, na Copa do Mundo… Espetar um Pin no boné ou na mochila sempre foi um jeito de dizermos ao mundo que a gente foi feliz em lugares incríveis como estes. São lindos, caros na maioria das vezes, desejados e um símbolo daquilo que gostamos em nós mesmos.

Na semana seguinte ao episódio dos Simpsons, a Disney anuncia a Disney Pinnacle: Sua coleção de Pins em NFTs. Aqui o Mickey usa de simplicidade e nostalgia se apropriando deste "anzol de corações" do mundo físico ao convidar seu público a viver esta memória afetiva também no mundo digital. Suas memórias de infância, Buzz Lightyear, Woody, e as Princesas Disney ganham forma agora também como NFTs.




Acessibilidade é a Chave

Disney Pinnacle não veio para os experts em cripto, veio para todo mundo. Para isso, uma plataforma de vendas foi criada com foco na experiência mobile. Esqueça aquelas telas repletas de gráficos inúmeros familiares ao nativo Web3. Comprar seu Pin com o smartphone nas mãos deve ser tão simples quanto na lojinha do parque.

A inscrição para compra antecipada se faz com seu e-mail, nada de wallets. Você também aguarda numa "waitlist" - lista de espera - e não na "whitelist" - as listas VIP tradicionais do mercado NFT.


Quem está conduzindo isso é o pessoal da Dapper Labs: Os caras que detonaram criando os NFTs da NBA Top Shot. Este pessoal foi um dos responsáveis pela criação do mercado como conhecemos hoje, ao transformar um jogo de cartas colecionáveis em NFTs: Os CryptoKitties. Com a grana e o sucesso dos gatinhos, a galera da Dapper Labs criou a blockchain Flow, focada na agilidade, escalabilidade e baixo custo das operações, o que a torna particularmente atraente para games.

Será que os Pins da Disney podem se tornar personagens em games em breve? Não sabemos, mas é uma possibilidade que a tecnologia escolhida para a Pinnacle oferece.


O que a gente ganha com isso?

A entrada da Disney neste escopo da Web3 acarreta desenvolvimentos significativos do mercado em deferentes pontos. Entre eles:

1. Pavimentação do Terreno:

Hoje os criadores Web3 sofrem com a resistência do público mainstream às transformações oferecidas pela tecnologia blockchain, mas formar cultura é algo difícil para os pequenos. Quando uma empresa do porte e credibilidade da Disney mobiliza ativos como Bart, R2D2 e as Princesas na popularização da Web3, ela cria tendência e amplia o mercado para todos. É como se estivéssemos em estradas de terra, vislumbrando as primeiras vias em asfalto no mapa.

2. Web3 Mobile:


A maioria dos Apps Mobile da Web3 são um mero “apêndice” de suas versões desktop. Com a chegada do público mainstream isso deve mudar e, para quem cria, é um novo patamar que se abre aqui.


O que as pessoas poderiam fazer se tivessem seus NFTs à mão em qualquer lugar?

Poderia interagir com os NFTs (personagens) de outras coleções?

Motivar experiências de grupo como em Pokémon Go?

Os recursos mobile tendem assumir o protagonismo nas experiências de grande público e isso precisa entrar no radar dos criadores a partir de agora.

3. Protegendo o Patrimônio (O Cliente)


Por fim, temos aquele velho drama: "E se me roubarem?"

Ter a conta drenada por causa de um clique errado caiu no “senso comum” dos usuários da Web3. É terrível, mas todo mundo aceita. Para quem vive fora desta bolha, contudo, isso é inadmissível.


Empresas como a Disney têm a relação de confiança como um de seus maiores patrimônios junto aos seus clientes, e não estão dispostas a arriscar um relacionamento de décadas por conta de uma inovação apenas. Por conta disso, a maioria das grandes marcas prefere ficar fora do jogo até que o terreno pareça mais seguro. Quando gigantes como a Disney investem desta maneira no setor, elas não só impulsionam tecnologias de segurança, como incentivam outras marcas a fazer o mesmo.



E se der errado?

imagem: disney, midjourney


Sim, talvez dê tudo errado. E já tem profeta profetizando suas profecias do apocalipse.

Até por isso, é tão importante a iniciativa destas empresas de grande porte ao se arriscar no terreno da inovação. Entre os principais desafios, temos:


1. O que é valor na Web3?


A Disney tem em mãos as maiores comunidades temáticas que conhecemos desde antes da Web3 existir: Mickey e Donald, Frozen, Star Wars, Marvel... O valor destas franquias aos fãs é atrelado ao coração. A Web3 ainda carece desse mote emocional já que, salvo exceções, a tônica geral é "como ficar rico o mais rápido possível e com o mínimo de esforço". Trazer público novo cria novos valores para Web3, mas é difícil prever o que vai acontecer quando estas tribos se encontrarem. Afinal, vender Luke Skywalker pelo floor price no mercado das pulgas digitais é sacrilégio.


2. A Comunidade Artística contra os NFTs e AI


Mesmo na comunidade artística, os NFTs são vistos com bastante resistência: "PSEUDOARTE!" - dizem muitos, e a maioria não está aberta ao debate. Tudo muito parecido com o que Tarsila, Warhol, Matisse e mesmo Walt Disney ouviram à sua época - Crie uma treta e saia da sala. Muitos dos questionamentos dos artistas são válidos, mas não é se negando à tecnologia que a gente avança numa boa direção. Apesar disso, é assim que a maioria dos artistas têm se manifestado sobre a Web3 e a IA.


3. O Fundamentalismo torcendo para dar tudo errado


A Web3 nasceu em meio a ideologias, e quem gosta delas faz de tudo para que continue assim. Isso criou uma legião de fiscais - ou Someliers de Web3 - sempre prontos a atestar o que é ou não é legítimo nesta revolução digital. "Eu adoro ver essas empresas gigantes se ferrarem aqui dentro." - dizem muitos, com o sentimento de que as grandes empresas lançam tokens para se aproveitar do ecossistema - "faturar alto à nossas custas" - ao invés de contribuir com o seu desenvolvimento. Para vencer esta barreira é preciso, claro, contribuir. Mostrar seu valor ao público antes de pedir dinheiro em troca.


São grandes desafios em certa medida, mas lidar com isso é o preço do pioneirismo.



Já é futuro na Austrália!

Lovo camos conhecer os próximos passos da Disney em sua estratégia de popularização da propriedade digital. Estamos presenciando o futuro das Propriedades Intelectuais se desenhando diante de nós, com a oportunidade de assumir nosso lugar nisso. O sucesso dependerá de nossa habilidade em equilibrar inovação com acessibilidade, tecnologia com emoção.

Como em todo réveillon, há quem profetize sucesso miraculoso ou desastre iminente, mas não são os profetas que definem nosso destino; eles só fazem a propaganda à sua maneira. Crucial é reconhecer o seu papel: Decidir se você é parte dos problemas ou das soluções.


Crie. Nunca vivemos um momento tão propício a isso.


 
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